25 de fevereiro de 2013

A Cegueira da Religiosidade e a Visão Dada por Jesus

A CEGUEIRA DA RELIGIOSIDADE E A VISÃO DADA POR JESUS
 
Leitura bíblica: João 9:1 a 23
 
“Dito isso, cuspiu na terra e, tendo feioto lodo com a saliva, aplicou-o aos olhos do cego, dizendo-lhe: Vai, lava-te no tanque de Siloé (que quer dizer Enviado Ele foi, lavou-se e voltou vendo” (versículos 6 e 7)
 
            No último bimestre de 2010, estudamos o tema: “!Meu Relacionamento Pessoal com Jesus”, no contexto da temática do ano em curso, que é: “O Evangelho Integral para uma Vida Plena”. Neste domingo, específico, 14.11.2010, estudamos, uma vez mais, o contraste das atitudes dos religiosos e do cristão de Jesus Cristo. Os primeiros, os religiosos têm cegueira, já os cristãos, pela graça, têm a vida dada por Jesus Cristo. O cerne da narrativa do cego de nascença está no versículo 5, disse Jesus: “Enquanto estou no mundo, sou a luz do mundo”.
É diz grande importância ter um relacionamento pessoal com Jesus e comunitário com a igreja. O cristão é ou deve ser uma pessoa relacional. Não dá para ser feliz sozinho ou querer ser cristão do seu modo. Somente querer estar em Cristo e Cristo nele viver, pelo Espírito Santo – que é o Espírito de Cristo, “procedente do Pai e do Filho, que, justamente com o Pai e o Filho ´[e adorado e glorificado”, é realmente “cristão”, os demais são “religiosos” apenas e estão na carne.
            O apóstolo Paulo ensina em Romanos 8:9: “Vós, porém, não estais na carne, mas no Espírito, se, de fato, o Espírito de Deus habita em vós. E, se alguém não tem o Espírito de Cristo, esse tal não é dele”. Não sou eu quem está falando, é a Bíblia. Podemos inferir que os religiosos andam na carne e segundo a carne; já os cristãos andam no Espírito e são guiados pelo Espírito Santo. Esta é a nossa segurança: “Andai no Espírito e jamais satisfareis a concupiscência da carne”, (Gálatas 5:16). Com este pano de fundo, analisamos “A Cura do Cego de Nascença”. João 9
I – JESUS VIU UM CEGO DE NASCENÇA
 
            Jesus ia caminhando ou passando e percebeu, que é muito mais que ver, contemplar, um homem que sofria de cegueira congênita. Em Atos 3 vemos a narrativa da cura de um coxo de nascença por Pedro e João “em  nome de Jesus de Nazaré” ou “Jesus, Filho de Davi”, o inferno estremece e enfermos são curados. Em João 9, trata-se de um cego de nascença, curado diretamente por Jesus, usando lodo feito de cuspe e terra, ungido-lhe as pálpebras e “enviou ao tanque Siloé para se lavar”. O cego obedeceu. Foi, lavou-se e voltou vendo. Este foi o sinal. O termo “sinal”, no original grego do Novo Testamento – “Semeion” – lembra a idéia de semente que aponta para a árvore, bem maior e diferente do sinal – a semente, e da mesma substância, porém, muito mais ampla. A cegueira física lembra a cegueira espiritual, que é muito mais grave e deletéria, do que aq cegueira física. Faz parte da razão de termos afirmado no exórdio deste editorial que o cerne da narrativa pode ser visto, percebido, pelos que não são cegos. No versículo 5 de João 9; “Enquanto estou no mundo, sou a luz do mundo”, disse Jesus. “Eu sou a luz do mundo”. E a seguir, no Evangelho segundo Mateus, Jesus disse: !Vós sois a luz do mundo”. (Mateus 5:14).
 
II – QUEM PECOU, ELE OU SEUS PAIS,
PARA QUE NASCESSE CEGO?
 
            Pecado e castigo ou pecado e misericórdia: O pecado habita conosco, mas a graça divina é abundante. E Cristo já esmagou a cabeça da serpente, como aprendemos em Gênesis 3:15 e vemos cumprir-se no Calvário. S existe a espada do castigo, o cetro da misericórdia divina se opõe a ela. Existe uma fábula rabínica muito conhecida que diz que, após a queda do homem, “o castigo e a misericórdia saíram juntos para exercer cada um a sua função para com a raça humana decaída pelo pecado, mas redimida pela graça”, E ambos continuaram juntos: se o castigo nos aflige, a misericórdia nos cura. Quando um corta, a outra planta uma flor. Onde o castigo coloca uma ruga de sofrimento, a outra faz surgir um sorriso.
Após uma tempestade sempre vem um arco-iris. Se a espada reluzente do castigo cai sobre nós, a asa de socorro da misericórdia se interpõe e cobre a nossa cabeça.
            Após as duas investidas do tentador, os anjos de Deus nos cercam e nos consolam. Como na tentação de Jesus, no Deserto na Judéia: Mateus 4:1 a 11. Em todo Getsêmani (que significa a prensa) há sempre um anjo para nos confortar. O meu estimado sogro, membro desta Igreja, Sr. Hélio de Paula Barreto- hoje de saudosa memória – costumava dizer, “estou imprensado!” esta expressão ilustra o que é Getsêmani: O Conforto da presença de Deus nos dá paz, “Até no meio do sofrer, é céu a Cristo conhecer’. Diz o poeta sacro. Deus sempre aplica a Sua misericórdia em contraposição às tristezas desta vida. Suas intervenções sempre chegam no tempo certo, nunca fora de hora. Na verdade, Deus continua no controle. Nos instantes de maior sofrimento, e nas horas mais difíceis da vida, há, sem sombra de dúvida, a presença de anjos ao nosso derredor, à nossa volta para nos fortalecer, consolar e guiar.
            Foi Joseph Pearce quem disse: “Deus nunca toca a nota errada. Nunca entoa um cântico inadequado. Se ele compuser uma música, ela será perfeita e terá efeitos curativos”.
            Precisamos procurar ouvir durante a noite as canções de louvor que vêm de Deus. Deus está falando, você é que não está ouvindo. Deus está agindo, você é que não está percebendo. Por favor, deixe Deus ser Deus na sua vida! A indagação “quem pecou para que ele nascesse cego: Ele ou seus pais?” revela uma leitura, no mínimo equivocada da ação misericordiosa e soberana de Deus. A visão simplista dos religiosos, “aqui se faz, aqui se paga”, contrapõe-se à visão da graça, da misericórdia e da fé dos autênticos cristãos e o ensino claro de Jesus: “Nem ele pecou, nem seus pais, foi para que se manifestasse nele as obras de Deus” (versículo 3).
 
III – A OBEDIÊNCIA DE CEGO REVELOU FÉ,
SUBMISSÃO E CONFIANÇA
 
            As piscinas de Siloé ou a nascente, a fonte de “Siloé”, significam “ser enviado”. Há um refrão que é repetido várias vezes: “Ele foi, lavou-se e voltou vendo”. A resposta, do agora vidente, foi sempre a mesma: “O homem chamado Jesus fez lodo, untou-me os olhos e disse-me: Vai ao tanque de Siloé e lava-te. Então, fui, lavei-me e estou vendo”, (versículo 11).
 
Aprendemos:
1)    Quem crê, obedece;
2)    Quem obedece é curado.
3)    Esse milagre é certamente um sinal de que Jesus é a luz do mundo.Vs.5
4)    Neste Evangelho, Jesus sempre se apresenta como Aquele que foi enviado pelo Pai. Siloé significa “enviado”. Não é natural ligar a água dessa fonte e tanque com aquela que a mulher Samaritana, junto ao poço de Jacó, ouviu Jesus dizer: “quem beber desta água tornará a ter sede; aquele, porém, que beber da água que eu lhe der nunca mais terá sede; pelo contrário, a água que eu lhe der será nele um fonte a jorrar para a vida eterna”. (João 4:13.14),
5)    As águas de Siloé fluem do monte do templo e eram, mesmo no Antigo Testamento, consideradas como símbolo de bênçãos espirituais que fluem do lugar de habitação de Deus.
6)    Ele foi, lavou-se e voltou enxergando; ele obedeceu. Por que você não faz o mesmo?
 

 

IV – OS RELIGIOSOS QUESTIONAM
ATÉ A EVIDÊNCIAS DA FÉ
 
            Diz o texto de João 9 que eles levaram aos fariseus o homem que antes era cego. A seção de João 9:13 a 34 contém o registro do exame– do interrogatório –  do ex-cego, feito pelos fariseus. Eram “zelosos” com as formalidades religiosas.
Estavam enfurecidos porque a cura foi realizada num sábado.
            Observe a cegueira dos religiosos. Chamaram os pais e perguntaram-lhes: “É este o vosso filho, de quem dizeis que nasceu cego? Como, pois, vê agora?”
E os pais responderam com toda boa fé: “Sabemos que este é nosso filho e que nasceu cego, mas não sabemos como vê agora, ou quem lhe abriu os olhos também não sabemos. Perguntai a ele, idade tem: falará de si mesmo”, (versículos 19 a 21). Os pais temiam a excomunhão, e serem eles expulsos da Sinagoga. É assim mesmo, religiosos questionem e excluem da comunhão.Não querem ouvir o testemunho do ex-cego, da sua alegria pelas bênçãos recebidas.
            Há evidências em João 9:22, de que o Sinédrio tinha concordado em expulsar da sinagoga aqueles que confessassem a Jesus como o Cristo, o Ungido, o Messias.
 
V – NEM SEMPRE O QUE
É LÓGICO É TEOLÓGICO
 
            Examinemos dois silogismos. Silogismo é um raciocínio lógico construído a partir de duas premissas que, confrontadas, levam a uma conclusão lógica.
1º Silogismo A. Premissa maior: “Todas as pessoas que são de Deus guardam o sábado” Premissa menor: “Esse homem (Jesus) não guarda o sábado”, Conclusão: “logo, esse homem não é Deus”. É assim, que agem os religiosos
2º Silogismo B: Premissa maior: “Apenas as pessoas que são de Deus (ou não são pecadoras) podem abrir os olhos de um cego de nascença (ou podem fazer esse sinal). Premissa menor: “Esse homem, Jesus, abriu os olhos de um cego de nascença, ou seja: Fez este sinal ou milagre. Conclusão: “logo, esse homem é do bem, é de Deus (ou esse homem não é um pecador)
 
            É provável que esse tipo de raciocínio estivesse implícito na declaração do versículo 24: “Então, chamaram, pela segunda vez, o homem que fora cego e lhe disseram: Dá glória a Deus; nós sabemos que esse homem é pecador”. Isto disseram porque a cura foi num dia de sábado. O cego retrucou (versículo 25) “Se é pecador, não sei; uma coisa sei; eu era cego e agora vejo”.
A narrativa é maravilhosa, é Palavra de Deus para nós. E, nesse Domingo, ilustra muito bem o tema dominical: “A cegueira da religiosidade e a visão dada por Jesus”
            Que Deus nos ilumine para que vejamos a glória de Deus. É a nossa oração!
 

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